O SINJUSC lançou mais uma publicação
durante o 6º Congresso em Balneário Camboriú. Depois do gibi A Loucura do
Trabalho e da História em Quadrinhos (HQ) A Hora das Capivaras, o Sindicato
entregou A Casa de Ferro. Se a primeira propõe ao leitor pensar no resultado do
trabalho sobre o ser humano, e o a segunda, sobre a organização dos trabalhadores
na defesa de objetivos comuns, A Casa de Ferro provoca o despertar e a
permanente vigília diante da alienação e do individualismo.
A ideia para a elaboração da Graphic
Novel veio com o professor Gaudêncio Frigotto, do Conselho Científico do Centro
de Estudos e Pesquisas em Trabalho Público e Sindicalismo, durante um curso de
formação. A história que sustenta a publicação e que orientou o artista
Maurizio Di Reda – também autor das ilustrações de A Hora das Capivaras -, foi narrada
por um personagem real.
Em 1918, o ex-estudante de Medicina e escritor
reconhecido na China por propor mudanças radicais para aproximar a cultura do
povo, Lu Xun, pseudônimo de Zhou Zhangshou, concede entrevista
à Revista Nova Juventude, que tratava do lançamento do
livro escrito por Lu Xun, Diário de um Louco (mesmo
título de uma obra de Gogol). A história é um manifesto contra uma sociedade na
qual os homens só sonham em devorar uns aos outros.
Lu Xun compara esta situação a uma casa de ferro, indestrutível,
sem janelas ou portas, e cheia de homens adormecidos. Alguém sabe que todos
morrerão asfixiados, sem sentir dor. Então começa a acordar os de sono mais
leve. E esta minoria sofrerá a angústia da morte. Mas haverá sempre alguém
disposto a despertar outros, na esperança de um dia destruir a casa de ferro.