Um debate que analisou o sindicalismo no Brasil nos dez anos de governo popular abriu o segundo dia do 6º Congresso Estadual do SINJUSC. Participaram o Professor da Unicamp, José Dari Krein, Dr. Em Economia Social e do Trabalho e o vice-presidente da Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil Nivaldo Santana. A mediação foi feita pelo presidente da Fenajud, Walter Assis Macedo. Na opinião dos palestrantes, houve avanços significativos para o sindicalismo nesta década, especialmente se comparada com as décadas anteriores.
Ao fazer a sua análise, Nivaldo Santana da CTB disse que a última década precisa ser celebrada, pois foi nesse período que, pela primeira vez na história as centrais sindicais foram reconhecidas e legalizadas, Para o sindicalista, do ponto de vista do trabalhador esta é uma vitória politica importante.
_ “Se a década de 80 foi uma década perdida, a década de 90 foi uma década perdida e meia, foi um longo período em que o pais andou de marcha ré” disse o representante da CTB. E fazendo uma analogia com o judiciário disse que se jurista fosse, condenaria as décadas de 80 e 90 e celebraria a década que estamos vivendo, onde os avanços para a classe trabalhadora são visíveis.
Conquistas como o aumento gradativo do salário mínimo representam um grande avanço para os trabalhadores na opinião do Professor Dari Krein, da mesma forma que a redução do nível de desempregos que é hoje um dos mais baixos da história. Ele acredita que apesar das conquistas do ponto de vista financeiro com ganhos nas negociações coletivas, o sindicalismo se fragilizou perante a sociedade, com uma incapacidade de diálogo com as necessidades mais gerais da sociedade. Para o professor Dari Krein é preciso que o sindicalismo busque lutar por bandeiras mais estruturantes para a sociedade.
Nivaldo Santa concorda que nem tudo são flores e muita coisa ainda precisa ser mudada. Precisamos radicalizar nas mudanças e avanços. O emprego formal aumentou, mas a rotatividade no emprego é gigantesca. Portanto privilegiar a luta por reformas estruturais e por avanços no setor econômico são temas que precisam constar na agenda da classe trabalhadora. “Porque se a economia vai mal os trabalhadores são os primeiros a perder direitos” alertou.
Os dois palestrantes concordaram ainda que uma grande bandeira que os trabalhadores de todas as categorias devem levanta é a liberdade de expressão, em contrapartida ao bombardeio diário com um pensamento único das grandes empresas de comunicação. Também concordaram que é urgente a estruturação através de uma reforma política.
Para o mediador Walter Asssis Macedo da Fenajud o debate foi muito esclarecedor porque houve um casamento entre a opinião acadêmica representada pelo professor Dari Krein e a atuação sindical através dos relatos do vice-presidente da CTB Nivaldo Santana.